CRÍSIPO

(cerca de 281-205 a.C.)

Crísipo nasceu em Sôli, na Cilícia. Provavelmente de origem semita, como se deduz dos traços de seu rosto e pelo fato de ter aprendido o grego já adulto, cometendo assim, vários erros de expressão. Foi discípulo de Cleantes, depois de ter estado por um tempo na Academia fundada por Platão e, ter escutado Arcesilau e Lácides, dos quais aprendeu a arte dialética, para a qual tinha acentuadas tendências: "Adquiriu tal renome na dialética, - relata Diógenes Laércio - que muitos creram que se os deuses tivessem necessidade de dialética, não outra senão a de Crísipo teriam adotado". E justamente em virtude dessa excepcional capacidade dialética, ele podia dizer ao mestre Cleantes que lhe faltava apenas o ensinamento da doutrina do Pórtico, isto é, da escola estóica. Apesar de alguns dissensos com Cleantes, relativos à doutrina, e da consciência da própria superioridade e do notável sucesso das suas lições, Crísipo permaneceu fiel ao mestre e à escola. Com a morte de Cleantes, Crísipo tornou-se dirigente do Pórtico. Ele desenvolverá, ao lado da moral da intenção reta, um segundo nível da moral, já entrevista por Zenão e que consiste no cumprimento das ações conforme as nossas tendências naturais: tendência à própria conservação, sociabilidade etc. Assim, o amor de si se amplia por si mesmo, como por círculos concêntricos, em amor da família, depois da pátria, depois de toda a humanidade. Sob a guia de Crísipo, o Pórtico superou todas as crises internas, tanto que dele logo se disse: "Sem Crísipo, o Pórtico não teria resistido e já teria acabado". De suas obras, restam apenas fragmentos.